27/10/2010 - Em mesa-redonda realizada na sexta-feira (22), em Boa Vista (RR), último dia de atividades da Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), além de apresentar os investimentos e outros indicadores de pesquisa do Norte do País, Odenildo Teixeira Sena, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), a primeira a ser criada na região, em 2003, informou que Tocantins e Rondônia são os únicos que já têm projetos de criação de suas fundações em tramitação na Assembleia Legislativa.“Apesar de o Norte ainda ser carente de instituições de fomento e, por isso, estar pagando caro no que diz respeito ao avanço da Ciência e da Tecnologia na região, a FAPEAM é hoje a quarta fundação que mais investe em Ciência e em Tecnologia no Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro”, afirmou Sena. Segundo ele, do início de 2003 a setembro último foram investidos, pela FAPEAM, R$ 230 milhões em projetos de pesquisa e na formação de mestres e doutores no Amazonas. Com base em dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), Sena disse ainda que a Região Norte foi a que mais teve novas instituições de pesquisa criadas entre 2000 e 2008, com um aumento de 215%, enquanto as instituições do Centro-Oeste aumentaram 175% e, as do Sudeste, 72%. Com relação à criação de novos grupos de pesquisa por região, o Norte também se destacou, com um crescimento de 202%, seguido da Região Nordeste (124%) e Centro-Oeste e Sul, ambas com 128%. Os grupos de pesquisa da Região Sudeste cresceram apenas 65% no período. “No caso do Amazonas, em 2000 o Estado tinha 95 grupos e, em 2008, pulou para 362″, afirmou Sena. No que diz respeito ao número de doutores formados, em 2002 a Região Norte tinha 1.187 indivíduos e, em 2008, subiu para 2.957, um crescimento de 150%. No mesmo período, o Sudeste cresceu 51%, indo de 21.207 para 40.526 doutores, ainda de acordo com dados do CNPq. “Mas enquanto Amazonas e Pará têm hoje 33 e 15 doutores por 100 mil habitantes, São Paulo tem 55 e ainda concentra cerca de 60% dos doutores do País”, ponderou. As duas principais instituições beneficiadas com os recursos da FAPEAM, de 2002 a 2008, foram o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com R$ 58 milhões e R$ 50 milhões, respectivamente. “Os investimentos são sempre proporcionais à densidade de doutores de cada instituição. Quanto mais doutores, maior é a competitividade para submeter projetos de pesquisa de qualidade aos editais”, explicou. Sena reconheceu que esses indicadores mostram a grande desconcentração dos recursos federais aplicados em Ciência e Tecnologia nos últimos anos. “Mas apesar de enxergarmos esse crescimento no Norte com bons olhos, não podemos nos entusiasmar, pois ele ainda é pequeno comparado ao que ainda necessitamos para gerar e introduzir novos conhecimentos, em uma região tão imensa e rica como o Norte”, disse. Foto: divulgação Fonte: Consecti e Ministério da Ciência e Tecnologia |
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