Atenta à problemática, a pesquisadora em piscicultura da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), professora Andréia Belém Costa, realizou o estudo “Isolamento e caracterização de bactérias patogênicas de peixes cultivados no Estado do Amazonas” para verificar os tipos causadores de doenças.
De acordo com a pesquisadora, o estudo consistiu na coleta bacteriológica de peixes mantidos em cativeiro para verificar se estariam sofrendo algum processo de doenças causadas por bactérias patogênicas. As coletas foram realizadas em seis fazendas espalhadas em torno dos municípios de Manaus, Iranduba, Manacapuru e Itacoatiara.
Durante a pesquisa, foi criado o “banco bacteriológico” com plantel de bactérias isoladas dos peixes estudados e o grupo de pesquisa em Sanidade Imunológica de Peixe (SIPX) do Departamento de Pesca (DePesca) da Ufam. Segundo Costa, com o banco bacteriológico se pode determinar a profilaxia do peixe de cativeiro, evitando assim, a mortalidade e gastos desnecessários com medicamentos.
A pesquisa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Desenvolvimento Cientifico Regional (DCR) teve um investimento de, aproximadamente, R$ 51 mil.
Resultados otimistas
Entusiasmada com o resultado, a pesquisadora afirmou que a partir da caracterização de bactérias, podem surgir pesquisas para o desenvolvimento de vacinas como pró-bióticos, imunomoduladores ou estimulantes aplicáveis, para que o peixe não contraia doença. Segundo Costa, não existe nenhum medicamento voltado para essa questão. “Não temos nada registrado e regulamentado pelo Ministério da Agricultura (MA)”, afirmou.
Atualmente, o resultado da pesquisa vem sendo aplicado no Programa de Pós-Graduação em Genética do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) com as bactérias sendo caracterizadas por via molecular. Para a pesquisadora, em curto espaço de tempo, a previsão é ter informações sobre cerca de 250 bactérias isoladas.
FAPEAM é fundamental
Segundo a pesquisadora, a FAPEAM deu um salto de qualidade em investimento na área de pesquisa cientifica no Estado do Amazonas. “Ela não pode fraquejar. Por meio dela, a minha formação no doutorado foi realizada fora do Estado”, comentou.
Sobre o DCR
O Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) consiste em apoiar, com bolsas, passagens e auxílio, doutores titulados em outros Estados e no Amazonas, interessados em desenvolver pesquisas em instituições localizadas no Amazonas.
Foto 1 - Jaraqui é uma das espécies mais consumidas no Amazonas (Fabíola Menezes)
Foto: Criação de peixes em Novo Airão (AM) (Foto: Ulysses Varela)
Fonte: Sebastião Alves – Agência Fapeam
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