Na noite de quinta-feira, 18, em São Paulo, 38 concorrentes foram escolhidos como finalistas. Desde terça-feira, 16, os estudantes estavam reunidos na capital paulista para participar das oficinas de produção de texto e atividades culturais que compuseram a última fase regional da olimpíada. A etapa nacional, que selecionará 20 textos, está marcada para o dia 29, em Brasília.
O grupo de participantes da semifinal em São Paulo reunia jovens de diferentes lugares do país, com histórias de vida diversas e, principalmente, opinião sobre inúmeras situações que ocorrem nos lugares em que vivem. Desde a invasão de tribos indígenas por moradores da cidade até a expulsão das capivaras de um parque ecológico, os estudantes dissertaram sobre os mais variados assuntos.
Rossana Costa, 17 anos, do município de Pedra Lavrada, Paraíba, foi uma das selecionadas para a fase final da olimpíada. Grávida de sete meses, a jovem revela que quase desistiu de estudar quando descobriu que ia ser mãe precocemente. “Além do apoio dos meus pais e dos professores para que eu continuasse na escola, a olimpíada serviu de motivação para os estudos”, relata. Em seu texto, Rossana abordou o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação da natureza a partir do caso de uma empresa mineradora que se instalou em sua cidade.
Autonomia — A secretária de educação básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, entende a olimpíada como política pública que reforça o direito de aprender de todas as crianças e jovens, o que garante autonomia ao indivíduo. “Não tem nada melhor do que poder argumentar e mostrar que você pode, sabe e quer. É o que esperamos dessa geração”, afirma.
Pilar também destaca a característica de formação de professores que a olimpíada apresenta. Para ela, esse é o principal objetivo da ação, já que induz o professor a incorporar novas práticas pedagógicas no dia a dia da escola.
A professora Rosicléia Bonsenhor, de Curitiba, é uma das finalistas da olimpíada, com a aluna Anne Fogaça. Ela concorda com a ideia de que o programa contribui para a formação dos docentes. “Em 23 anos de profissão, nunca tive um processo de formação tão intenso e motivador como nesses três dias da fase semifinal, por exemplo”, salienta.
Cada um dos alunos e professores semifinalistas recebeu medalha de bronze e pôde escolher obras na livraria montada no local do encontro, no valor total de R$ 200. Os finalistas ganharam, também, medalha de prata e ainda vão receber um aparelho de som portátil. A escola de cada um ganhará uma placa alusiva à competição.
O Lugar Onde Vivo é o tema desenvolvido nos quatro gêneros literários da olimpíada — crônica, poema, memórias literárias e artigo de opinião. Participaram da fase inicial cerca de sete milhões de estudantes de 99% dos municípios brasileiros. A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro é promovida pelo Ministério da Educação e pela Fundação Itaú Social e coordenada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
Letícia Tancredi
Fonte: Portal do MEC
Nenhum comentário:
Postar um comentário